Diferença e verdade
Michel Foucault sublinha que essa tem sido característica marcante da perspectiva filosófica da verdade no pensamento moderno ocidental. Ela supõe que em qualquer tempo e lugar há verdade e, portanto, cumprindo certas condições, pode ser conhecida facilmente. Se a verdade de um domínio determinado permanece escondida e torna-se difícil situá-la é porque os conhecimentos do sujeito são limitados em virtude da situação na qual se encontra. O fato é que a verdade está sempre aí. "Não há buraco negro na verdade."
Michel Foucault sublinha que essa tem sido característica marcante da perspectiva filosófica da verdade no pensamento moderno ocidental. Ela supõe que em qualquer tempo e lugar há verdade e, portanto, cumprindo certas condições, pode ser conhecida facilmente. Se a verdade de um domínio determinado permanece escondida e torna-se difícil situá-la é porque os conhecimentos do sujeito são limitados em virtude da situação na qual se encontra. O fato é que a verdade está sempre aí. "Não há buraco negro na verdade."
O conhecimento como forma de poder
Tradicional versus moderno
Oral versos Escrito
Campo versus cidade
Economia de subsistência versus economia de produção
Tradicional versus moderno
Oral versos Escrito
Campo versus cidade
Economia de subsistência versus economia de produção
“O mito é um texto que se pode dividir em partes e revelar a experiência humana e a ordem social”
(MUDIMBE, 2013, p. 180).
São articuladores privilegiados do debate sobre a África, dentro e fora do continente, com grande possibilidade de observação dos impasses do colonialismo, a partir do que se poderia considerar como o “centro” intelectual de onde emanam as interpretações “ocidentais” sobre a África.
A invenção de África
O que passa a estar em causa é o direito não apenas de narrar, mas o que narrar, e como narrar, por parte dos intelectuais africanos.
Ver: Valentim Yves Mudimbe “L’Odeur du pére” (1982)
Instrumentos teóricos que tornaram possível uma reavaliação da prática das ciências humanas e da filosofia, na África e fora dela, acompanhada de uma crítica sofisticada e vigorosa dos postulados etnocêntricos europeus e africanos, dos essencialismos e binarismos produzidos em toda parte.
W. Y.
Mudimbe
As representações do que seria a “África”, construídas a
partir de categorias eminentemente etnocêntricas, teriam interferido de tal
modo na compreensão das realidades concretas do continente que acabaram por
orientar a concepção e a ação não apenas de atores externos que lá estiveram,
mas dos próprios africanos, que “leem, desafiam e reescrevem estes discursos
como forma de explicar e definir a sua cultura, a sua história e a sua
existência”.
O facto de estas formas consideradas ‘tradicionais’ não
terem desaparecido deve ser óbvia ao atentarmos nas contradições actuais que
existem por todo o continente, sobretudo entre os processos de produção e as
relações sociais de produção, entre a organização do poder e da produção e, por
outro lado, os discursos políticos. Com feito, as culturas africanas dispuseram
e dispõem de saberes e conhecimentos próprios, os quais estão inscritos em, e
dependentes de tradições. Todavia, creio que seria ilusório encetar em busca
por tradições africanas originárias, puras e definitivamente fixas, mesmo no
período pré-colonial. [...]
A realidade das miscigenações desafia a ideia de tradição
enquanto essência pura, que testemunha o seu próprio ser originário... As
tradições não são fixas: constituem, de facto, continuidades, mas também
descontinuidades; são ‘processos’, ‘desenvolvimentos únicos que emanam de
princípios básicos e estáticos’. (MUDIMBE)
Os termos pós-colonialismo e pós-colonial têm sido
empregados nas Ciências Sociais em duas acepções não totalmente excludentes,
mas conceitualmente distintas. Na primeira, aplica-se ao período histórico
posterior ao momento em que sociedades africanas e asiáticas foram colonizadas
por europeus, da década de 1950 para cá. Na segunda, designa uma tendência de
interpretação mais ou menos vinculada aos “estudos culturais” e aos “estudos
subalternos”, integrada por autores de origem oriental (Edward Said; Homi
Bhabha; Gayatri Spivak) ou afro-descendente (Paul Gilroy, Stuart Hall) que, não
obstante as preferências temáticas, metodológicas e analíticas, tem em
comum o fato de questionarem a validade das elaborações discursivas,
representações e paradigmas.
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