Resumo
Quando a mulher negra pode falar? As representações sociais produzidas pelo mundo imperialista redundam na imagem do sujeito triplamente subalternizado: mulher, negra e pobre. É aquela que foi negada do direito a falar e escutar, ou seja, a mulher negra sentenciada ao lugar de subalternidade. A partir das reflexões e diálogos entre mulheres escritoras dos ditos países em desenvolvimento, temos como objetivo discutir como estas elaboram uma representação sobre si mesmas, a partir de um debate de subjetividade contemporânea, até então centrada na episteme ocidental, para outro lugar do saber. Neste trabalho, iremos propor uma reflexão sobre a representação construída da mulher negra da periferia brasileira, não pelos olhos do sujeito branco, cis e hétero, evidenciado pela expressão: “homens brancos estão salvando mulheres de pele escura de homens de pele escura” (Spivak, 2010: 119), mas antes pela construção discursiva da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus na obra de sua autoria, Quarto de Despejo: diário de uma favelada (2014). Carolina Maria de Jesus encontra seu poder de fala a partir de sua escrita sobre o quotidiano vivenciado nas favelas brasileiras, no intuito de elaborar conexões com as contribuições trazidas por Gayatri Chakravorty Spivak, crítica e teórica indiana, e sua obra Pode o Subalterno Falar? (2010). Portanto, nosso trabalho visa um encontro com a escrita dessas duas autoras, a fim de trazer para o foco das discussões a mulher negra como um sujeito de agência e que almeja formas de corromper a subalternidade imposta.
Jesus.
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