São narrativas moldadas pela força das inter-relações sociais que comportam no seu interior elementos de coesão, resistência, consonância e dissonância. A nacionalidade é um conjunto de representações, características da cultura de um povo que permite reconhecê-lo, diferenciá-lo dos demais.
Para dizer de forma simples: Não importa quão diferentes seus membros possam ser em termos de classe, género ou raça, uma cultura nacional busca unificá-los numa identidade cultural, para representá-los todos como pertencendo à mesma e grande família nacional (HALL, 2006, p. 59).
Diferentemente dessa visão homogénea e horizontal, Bhabha propõe uma nova forma de pensar a nação, privilegiando suas relações, seus conflitos sociais, suas minorias, seus grupos excluídos. Bhabha também discorre sobre o conceito de diversidade cultural e diferença cultural, preferindo a utilização desse último termo para o tratamento das questões ligadas a cultura. Segundo ele, a diversidade cultural abrange um universo de coisas, enquanto a diferença cultural representa melhor como enunciados são criados para promover a legitimação de determinadas culturas em relação a outras.
Essa possibilidade de ser nomeado, de poder nomear-se, que os diversos tipos de escravidão, de violência, de discriminação, de dominação, de infanticídios, de assassinatos tem reiteradamente negado ao longo da história. Há um desejo de solidariedade social que pede pelos encontros, pela visibilidade, pela irrupção de outros significantes que não aqueles da tradição. São os significantes da possibilidade da identidade intervalar, das vidas duplas, do estranhamento, das ambivalências, onde a externalidade do interior introduz no coração da subjetividade.
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